segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Duomo di Siena

La Cattedrale di Santa Maria Assunta

Quando a visitei em 1990, não consegui conter as lágrimas ao nela entrar.
Não por ter qualquer conotação religiosa de espécie alguma, antes pelo contrário.
Foi pela imensa beleza deste trabalho do Homem, todo ele dedicado ao Deus, como sempre.

A Catedral de Siena apresenta uma conjugação de variados estilos arquitectónicos e artísticos.
A sua construção prolongou-se cerca de trezentos anos, do século XIII ao século XV, as verbas para as obras de construção foram doadas pela população ao longo dos tempos.
A parte inferior da sua fachada, de tripla arcada e três portais, românica, contém estátuas de Giovanni Pisano.



Duomo di Siena


A parte superior do frontispício, de estilo gótico flamejante, é da autoria de Giovanni Cecco, e o remate das três cúspides ornadas com mosaicos de 1877, são de Castellani.
Na cúspide que coroa o espaço central está representada "A última ceia" no vitral da rosácea.
O campanário foi desenhado por Agostino di Giovanni e Agnolo di Ventura.
No interior da planta de cruz latina, é notável o trabalho dos mármores coloridos, que repete esquemas já usados na fachada.


O pavimento da Catedral é de sonho, foi produzido pelos artistas Giovanni di Stefano, Neroccio di Bartolomeu, Antonio Federighi (Pinturicchio), Francesco de Giorgio e Domenico Beccafumi, que utilizaram a técnica de mármores embutidos para produzirem paineis que mais parecem telas (1372 e 1562).

O altar-mor é da autoria de Baldassare Peruzzi (1532) e o tabernáculo é atribuído a Vecchietta (1467-1472).


Hermes Trimegistus - Painel de Giovanni di Stefano

Não consigo descrever por palavras o que se consegue "ver"....até hoje foi de tudo o que mais belo vi, o mais maravilhoso, é puramente incrível.
Não há nada tão magnifico como o interior desta Catedral, de mármores verdes, rosas, vermelhos, pretos…um arco íris em pedra.

Praça de Siena

Neste dia que visitei a Duomo, pude ainda ver mesmo em frente, do outro lado da rua, num hospital, a marquesa em pedra mármore, rosa, onde Da Vinci dissecou os primeiros cadáveres para estudos de anatomia.
Fui torturado com arte neste dia.....



Mago da Lua

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

François Bourgeon

Bourgeon nasceu a 5 de Julho 1945 em Paris. Começou na Banda Desenhada nos anos 70 com curtas histórias.
Desenvolveu o desenho e técnica narrativa nos dois primeiros títulos da série medieval Brunelle & Collin.
Em 1979, iniciou a publicação da saga Os Passageiros do Vento, que resultaria em cinco álbuns.
História em que a sua obra atingiu a maturidade e alcançou a posição de clássico dos quadrinhos.


Em Os Passageiros do Vento, as belas Mary e Isa vivem aventuras no final do século XIX. Nas cidades europeias, nas savanas africanas, em navios negreiros cruzando o Atlântico, ou em veleiros da armada francesa.
As duas meninas conduzem-nos por uma trama repleta de sensualidade, por vezes com a violência habitual daqueles tempos.
A preocupação de Bourgeon com os detalhes (os desenhos dos navios, das vilas africanas bem como os planos e enquadramentos o vestuário e as armas), unidos a uma história cativante tornam esta série uma obra excepcional e um marco das BDs para adultos.



A série seguinte, Os Companheiros do Crepúsculo, retorna à Idade Média dos seus primeiros livros.
O cuidado de Bourgeon com a correta representação de castelos e outros locais leva-o a fazer maquetes minuciosas dos mesmos para melhor reproduzi-los em desenho.
Misturando a realidade com seres fantásticos, Bourgeon dá um passo para o que seria sua obra mais ambiciosa: O Ciclo de Cyann.
Com a colaboração de Claude Lacroix, Bourgeon cria para esta série um novo universo.
Planetas com nova e incomum geografia, flora, fauna, organização social, política, história, arquitetura, tecnologia, vestuário e religião.
Um mundo complexo e apaixonante onde podemos mergulhar na aventura e percorrer os planetas Olh, IlO, Aldaal, Marcade.


Mago da Lua

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

O rapto dos Extraterrestres

Isto é um privilégio, o ser raptado por Ets.
Deve estar a fazer seis anos por esta altura.
Depois da votação sobre o local do jantar lá decidiram que seria algures num Chinês de Massamá.

A festa de Natal da empresa era sempre votada, eu nem vetava.
Combinámos ás oito da noite, lá no referido china.
Éramos umas dez pessoas ao todo, mulheres, namoradas, alguns cães e gatos .
Uma das nossas estrelas de sempre era o Tanso, figura ímpar da nossa força de vendas.
Um tubarão, um homem que depois de vender a mãe era capaz de a comprar e voltar a vender a uma tribo da Guyana faminta, como pack levava ainda a avó, vendia tudo e bem.
O primeiro pensamento do dia deste animal de vendas era :
...."ondé queles estão ".
Qualquer assunto maior, era-lhe entregue.

- Tanso...não esqueças ás oito...ok ?
Começamos a chegar....
Olhando o menu saem os pedidos...o tempo passa.
- Oi people...pá...o Tanso ?

O tempo....passa.
O nosso artista principal morava em Queijas, dista a 10 minutos de Massamá, pela CREL.
O tempo passou e são nove horas da noite, toda a gente tentou localizar o Tanso.
De casa responde a avozinha: ... o menino já saiu.
De repente vem à memoria de todos se bem que em silêncio e para si, a celebre frase deste grande mestre da simulação e "enlace":
- "pá....não me digam nada"...arrepiamo-nos.
Note-se que este menino tem alguns anos já na primeira vintena, é um antigo lobo do mar, fragateiro de uma nau NRP, que só abandonava em troca dos becos de Amesterdão.

São...nove e tal, estamos em pânico....estamos mesmo em pânico.

- Pá Calma....ele há-de dizer qualquer coisa, nem que seja para o ano.
Isto era eu a fazer cálculos de cabeça, sei lá o que podia vir daqui.
Ligar para o pai, velho amigo dos jantares do Mira nem pensar, ainda morria, ninguém melhor do que ele conhecia este filho, um pensamento frio corria-lhe sempre a espinha quando falado, só no nome.
- Bem....já que acabámos o jantar e o Tanso não aparece nem atende telefones, pá...vamos á PSP e GNR, Hospitais, ele estará algures, só espero que bem.....raios !!
São onze da noite.

-Pá.....não me digam nada.
O Silencio é total entre nós, é como se nos tivesse aparecido
o D. Sebastião.

-Tanso acalma-te, pá..calma.
-Conta, que se passa pá...fogo, estávamos já bué preocupados.
-Pá.....não me digam nada.
O silêncio mantêm-se, só eu teimo em falar.
Começa entre nós a aparecer os primeiros semi-sorrisos.
O nome de Tanso não é por acaso.
-Como vieste ?...aconteceu algo ?...onde estiveste?
Já são muitas perguntas para aquela cabeça.
-Arranjei uma boleia.
-Pede qualquer coisa....come lá e acalma-te.
-Pá.....não me digam nada.
Acabou de comer e fomos procurar o carro.
-Acabou-se a gasolina.
-Tanso onde está o carro ?
- Na CREL !!!
-Na CREL ?...(uni sono a 10 Vozes)
-Monta-se toda a gente no meu 940 e arrancamos para a CREL.
O carro estaria no sentido Queijas-Queluz, Queluz é a saída para Massamá.
Entramos na CREL passamos a saída referida, mas carro nada.
-Pá Tanso....o carro ?
-Pá.....não me digam nada.


Continuamos, sentido Alverca.
À entrada do primeiro túnel vimos atónitos do outro lado do auto-estrada um carro com os 4 piscas acesos.
-O carro !!!...(uni sono a 10 Vozes).
Aqui já não aguentámos mais, foi rir, rir e chorar a rir, vimos logo o filme todo.
-Tanso...que faz ali o carro naquele sentido ???
-Pá.....não me digam nada.

O resumo :
Como todos adorávamos o Tanso, não o pressionámos mais.
Ao longo do tempo que convivemos juntos, mais uns anos, foi-se abrindo dia a dia o enigma.
Em tom de brincadeira, atribuímos este enigma oficialmente como:
"O rapto dos Extraterrestres", o nosso amigo tinha sofrido uma terrivel experiência ás mãos de tais seres, onde inclusive teriam feito um reset ao seu cérebro.

E assim ficou para a posteridade o rapto do Tanso, pois ninguém sabia o que se teria passado naquela noite, mais de duas horas para ir de Queijas a Massamá (10 minutos no máximo) e como esgotou o depósito de gasolina, como estava no sentido Alverca-Queluz, se tinha saído de casa directamente para vir ter connosco.

"O rapto dos Extraterrestres"...deveu-se a que na CREL não existe a saída Massamá.

O Tanso andou 2 horas, na CREL cima a baixo ( 35 km cada sentido), procurando a saída dizendo Massamá, como nunca encontrou, acabou a gasolina e teve de pedir boleia.
O mais estranho é que ele, nasceu ali e anda por ali todos os dias, naquele dia deu-lhe, teria forçosamente que existir a tal tabuleta.

Um dia conto-vos como demorou uma manhã para fazer um percurso de 5 minutos, é outra história.

Mago da Lua

domingo, 23 de dezembro de 2007

Beethoven disse... Missa Solemnis

Missa Solemnis OP 123 foi escrita entre 1819 e 1823, para homenagear o arquiduque Rodolfo, e apresentada ao publico pela primeira vez a 6 de Abril de 1824 em St. Petersburg.



Missa é o género principal da musica sacra polifónica.


Há dois tipos: Missa brevis, para o domingo ordinário, com todas as rubricas ou só com Kyrie e Glória raramente com Credo, nesta froma não total de rubricas.
Missa Solemnis, para apresentação em ocasiões particulares, sempre com todas as rubricas.
Missa Solemnis de Beethoven possui uma forma sinfónica, em 5 movimentos/rubricas.(rubrica, é a divisão da Missa no seu andamento, sendo : Kyrei, Glória, Credo, Sanctus e Agnus Dei).


II movimento Gloria Maestro, Leonard Bernsrein

Edda Moser - Sopran
Hanna Schwarz - Mezzosopran
Rene Kollo - Tenor
Kurt Moll - Bass
Orquestra de Concertgebouw




Mago da Lua

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

My God It's full of stars

“...No princípio Deus criou os céus e a terra...” .....Foi ?

3 E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
5 E foi a tarde e a manhã, do primeiro dia.
8 E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, do segundo dia.
11 Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, e assim foi.
13 E foi a tarde e a manhã, do terceiro dia.


Concílio de Niceia

- Agora vem o "Problema errático"...vejam :

14 E disse Deus: Haja luz na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
16 E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.
19 E foi a tarde e a manhã, do quarto dia.


Como é?
O Sol, a Lua e as estrelas surgiram depois das plantas?!
O problema aqui não é a falta de luz para as plantas já que, sabe-se lá como, ela já existia desde o primeiro dia.
O problema reside no facto de que está devidamente fundamentado pela ciência que o Sol e as estrelas são muito mais antigos do que o aparecimento de qualquer árvore na Terra!

Mais ainda….se no primeiro dia se fez luz, que luz era ?...o Sol apareceu ao quarto dia.
Assim temos a nossa "pequena" gafe para refutar a afirmação fundamentalista de que a bíblia é cientificamente correcta.
Naturalmente a Igreja dirá que o erro está na ciência, não na bíblia.

Poderia até vos falar da cobra de Adão e Eva, coitada, condenada a rastejar para sempre por ter levado Adão a pecar.
Como raios andaria a cobra antes ??....na vertical ?...ou tinha pernas ?

Os livros religiosos não podem tomar o lugar dos livros de ciência.
A ciência adapta-se todos os dias a novas descobertas, contradizendo/rectificando muitas vezes o que está já cientificamente provado, no sentido de optimizar a realidade.

A religião demora séculos a reconhecer erros e a pedir-nos desculpa.....Galileu coitado.

"Haereticæ Pravitatis Sanctum Officium"

Galileu sendo confrontado, oficialmente, pelos representantes da Santa Igreja

O Homem criou Deus, sim, Esta figura mítica que nunca ninguém viu foi criada pelo Homem e fê-lo com base na ciência da altura, para lá das estrelas nada existia, só Ele.


Hoje para lá das estrelas existem outras estrelas, galáxias, buracos negros, e o universo tende para o infinito.
De matéria mais pequena que um grão de areia nasceu em expansão o que hoje se conhece do universo.

Depois de Galileu e Darwin, nasceu um novo Homem.
Este novo Homem esqueceu a inquisição e os seus assassinos, perdoou-se pela fé que construía o seu Deus, mas sabendo-se errado segui-o nas religiões .

Foi incapaz de apagar todos os registos e queimar todos os livros santos, incapaz de destruir as Santas Sés.

Quem são estes senhores da religião para apontarem caminhos ?
Quem são os homens como filósofos, pensadores doutrinais para apontarem caminhos a outros homens ?

Será que cada homem não pode seguir o seu caminho no planeta, já não falo no universo.
Os nossos modelos de sociedades foram moldados pelas religiões e fés, desde as pagãs, politeístas, tudo devido ao receio do Homem, só no universo.

Sempre tivemos que ter onde colocar os problemas, nunca os suportámos sozinhos, o ser superior sempre serviu para aliviarmos os pecados e os erros.

"Tragam-nos" a salvação, acham cedo ?
Querem que continuem a proliferar as guerras as doenças a pobreza e a destruição da até hoje conhecida unica criação pensante ?

A não esquecer e por ser altura do Natal, agradeçam os presentinhos ao Imperador Constantino I, foi ele que de uma festa pagã a 25 de Dezembro, criou a relação com o nascimento de J.C.

Cristo nunca nasceu a 25 de Dezembro, foi tudo uma falácia conseguida por Constantino e acordada no Concílio de Niceia no ano 325, negociatas politicas entre Protestantes, Católicos e Ortodoxos.

My God It's full of stars, de A.C.Clark, in 2001 Odisseia no espaço
Mago da Lua

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Trogloditas ?

As grutas de Lascaux, situam-se na região da Dordonha, França.
Foram descobertas acidentalmente em 1940.

Lascaux constitui uma referência de relevo no domínio da arte rupestre.
As paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens e felinos.

O desenho é sóbrio, nítido, preciso e denota uma ciência da observação e do movimento, que nem mesmo os pintores da Renascença possuiam.
Foram os "minus" os trogloditas do periodo Magdaleniano (12000 anos a.C.) que criaram esta exposição de pintura.


É incontestável que em um ou dois séculos, chegariam à fusão dos metais e à pratica da agricultura . A etnologia diz-nos que a noção de arte e nomeadamente a da pintura, prova que uma civilização chegou ao ponto crucial em que vão nascer as grande invenções.
Em mil anos, deveriam chegar à construção de carros de transporte, da imprensa, construiriam cidades de pedra.
Em 3000 anos adquiririam o nosso saber de hoje.

Tudo isto pela evolução relativa ao demonstrado nos desenhos....muito evoluidos para tal época.

Perante os indícios de deterioração das pinturas surgidos a partir dos anos 50, originados principalmente pelo gás carbónico da respiração dos visitantes, foi tomada a decisão de encerrar a gruta às visitas de turistas em 1963.

A procura turística levou a construír uma réplica da gruta (Lascaux II) inaugurada em 1983 localizada perto da original.

Mago da Lua

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Philip Glass

Glass nasceu nos Estados Unidos, em Baltimore a 31 de Janeiro de 1937.

É formado pela Universidade de Chicago em Matemática e Filosofia.
Estudou musica na Julliard School em New York e aperfeiçoo os estudos de composição em Paris com Nadia Boulanger .

Até há uns anos atrás pouco conhecia deste distinto e singular compositor, para além do seu espetacular “Solo Piano” (1989), só conhecia nomes de alguns álbuns editados.


Numa tarde algures no tempo, ouço na Antena 2 um trabalho sinfónico fantástico. Coral, por vezes de textura cromática, e claro algum minimalismo repetitivo.


Fico confuso e de cabeça surgem-me vários nomes, num deles arrisco pensar em Glass.
É tão grandiosa a composição sinfónica, que rapidamente percebo ser contemporâneo.
Reparo que a parte coral é uma língua nativa, Guaraní….deduzi, bem.

Ouvia a passagem integral de Itaipu (1990), fiquei devoto.




Itaipu foi escrito por Glass ao ter ficado impressionado pela construção desta mega barragem no Brasil, visitou-a.

Chegar-me ás Operas Einstein on the Beach (1976), Satyagraha (1980) baseada na vida de Mahatma Gandhi, ou Rocinha (1997) que foi escrita após uma visita de Glass a favela da Rocinha e Akhnaten(1983), foi logo no dia a seguir, adquirindo todos estes álbuns.

Conta perto de 40 trabalhos escritos para Opera e Teatro lírico, embora a sua grande maioria não esteja gravada.

Para nós ficou a sua 5ª sinfonia, O Corvo Branco, com libreto de Luisa Costa Gomes, encomendada pela Expo 98, com apresentação por 3 dias em Lisboa no Teatro Camões, nesta altura.

Desta obra o único registo existente é uma gravação da TV espanhola a quando da sua transmissão em directo da sua apresentação em Madrid, coisas que só nós como portugueses compreendemos.

Mago da Lua

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

O Livro de Kells

O mais famoso exemplo dos manuscritos iluminados célticos é o Livro de Kells. Actualmente, o manuscrito encontra-se exposto permanentemente na biblioteca do Trinity College de Dublin, República da Irlanda.


Peça principal do cristianismo irlandês e da arte hibérnico-saxônica, constitui, apesar de não concluído, um dos mais sumptuosos manuscritos iluminados que restaram da Idade Média.

Poderá ser um dos manuscritos roubados do mosteiro de Colmcille, na ilha de Kells, Irlanda.

Há desacordo em determinar se é uma produção do final do século 8 ou início do século 9, há desacordo também no que diz respeito ás suas inscrições monásticas, se são irlandesas ou do Norte da Bretanha.


É um livro escrito em latim, de 680 páginas majestosas tanto no texto quanto nas iluminuras.

O Livro de Kells foi feito para cerimónias e trabalhos na igreja cristã, mas a sua inspiração remete a séculos e tradição artística inteiramente pagã.

Mago da Lua

domingo, 16 de dezembro de 2007

Decifra-me ou devoro-te disse a esfinge

"Com seu esbelto colo e peito radiante tem por cabelos verdadeiro lápis-lazúli; seus braços superam os da deusa do amor e seus dedos são como cálices de lótus.
Ela "a de nobres andares" quando pisa a terra faz com que todos se voltem para contemplá-la e é como se contemplassem aquela que é a Única..."


(Fragmento de um papiro da XVIII Dinastia)

Mago da Lua

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Regresso ao Oxygene

Numa esplêndida tarde de Domingo, lá fui a convite do ABA ouvir em casa de uma amiga comum o Oxygene 2007, do também amigo comum de longa data Jean Michel Jarre :).
Isto porque a nossa querida amiga tem Dolby a 5.1, o que, muda tudo.

Agora… óh Jean Michel, pá……espera aí, está bem eu percebo, mas hoje em dia permite-me, 96kHz e 24bit, já não é o que há de mais alta resolução, há mais resolução,( por ex 96kHz 64bit), e há placas de audio a fazer mais que 96kHz em baixa latência.

Mas eu percebo e é verdade o trabalho está em altíssima resolução.
O que vos posso dizer sobre isto é que de som, há mesmo muito tempo que não ouvia nada igual é gigantesco....aliás, eu nunca ouvi nada assim.

O trabalho de gravação, todo digital está grandioso, quer o CD quer o DVD.
A parte do DVD está muito bem conseguida, Jarre faz um concerto só para nós.

Percebi que tem ajuste de montagem de vídeo, não é um único acto continuo, mesmo tipo LIVE.


Mas também não são assim tantos, contei 5 cortes na montagem.
Mas dou a nota máxima, MÁXIMA.
Ficamos colados ao TV……”..Zé senta-te..”.


Permitam-me só vos dizer como se passa das máquinas analógicas de Jarre para digital em alta resolução.

O sinal eléctrico de áudio, é tomado à saída dos sintetizadores e entra num conversor A/D, dai sai em sinal ADAT ( em principio ) para o sistema de mistura que é totalmente digital.
Todos os ganhos de sinal, todos os efeitos e tratamento de ruído é em digital.
O resultado final é este grandioso som……mas mesmo grandioso, está demais.
O preço final deste conjunto é incrível 17 Euros para pagar o CD.
Há também a versão em 2D e 3D do DVD, com muitos extras.

Mago da Lua

domingo, 9 de dezembro de 2007

Egrégores


Os Egrégores são criações fantasmais ou de potências semicriadas com carácter consciente, proveniente da vontade do pensamento expresso por um ou vários indivíduos.
Quanto mais o pensamento for colectivo mais poderoso é o Egrégore, e é por isso que os crentes e sectários conjungam as suas orações e invocações, formando por vezes uma cadeia ou um círculo mágico.
Cria-se um Egrégor murmurando um tom ou ideia fixa, tomando então a forma de obsessão.
As aparições, as alucinações, tornam-se semimaterializadas devido à fé.

"Quando vos reunirdes em meu nome, eu estarei entre vós..." (J.C.)

"Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas."(Confúcio)

Fontes : Robert Charroux

P.S. Concordo claro com Confúcio

Mago da Lua

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Dom Sébastien roi de Portugal

Gaetano Donizetti nasce em Bergamo, Itália, a 29 de Novembro de 1797, o seu falecimento devido à Sífilis acontece a 8 de Abril de 1848.

A sua Opera mais notável é Lucia di Lammermoor, mas a sua ultima obra no género é Dom Sébastien roi de Portugal.

Relata a aventura épica de Dom Sebastião em terras de Marrocos, aqui em ficção pura. Estreou no Théâtre de l'Académie Royale de Musique em Paris, a 13 de Novembro de 1843.
É uma Opera em cinco actos, com libretto de Eugène Scribe.


A história....


Dom Sebastião deixa o reinado de Portugal entregue a seu tio Dom António, depois de salvar a princesa Zayda da fogueira, devido a ter fugido do convento onde se convertia ao cristianismo.
Zayda tentava então regressar ao seu pai o mouro Ben-Selim, governador de Fez.
Dom Sebastião parte para África com o seu exercito, levando o poeta Camões.

Já em Marrocos, a mando do seu pai, Zayda recusa-se a casar com Abayaldos chefe mouro e líder das tropas na batalha contra Dom Sebastião.

Dom Sebastião em batalha é derrotado, gravemente ferido e feito prisioneiro.

Zayda intervém pela vida dos cristãos prisioneiros, junto de Abayaldos, aceitando casar com ele se lhes poupar a vida, dizendo que: Também no seu cativeiro em Portugal ela tinha sido salva pelos mesmos cristãos, deveria agora retribuir os favores.

Camões salva-se e regressa a Lisboa, tomando conhecimento que Dom António e o inquisidor espanhol Dom Juam de Sylva se juntaram e usurparam o trono.

Zayda revela o seu amor por Dom Sebastião, é presa e acusada de traição por Abayaldos.
No entanto é-lhe ainda possível salvar a vida de Dom Sebastião se ela o convencer entregar oficialmente o governo de Portugal a Espanha.
Ela recusa a proposta preferindo morrer juntos, mas Dom Sebastião já moribundo acaba por aceitar.

Indignada Zayda tenta saltar da torre onde estão prisioneiros para se matar, mas Dom Sebastião intervém e salva-a.
Fogem descendo por uma corda, para um bote onde está Camões para os salvar, mas a corda parte-se e ambos mergulham na morte.

Camões é morto nesta façanha por um tiro de pistola.
A Opera termina com alusão à perca da independência de Portugal para Espanha.

Mago da Lua

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Wow Signal

A Ficção...

Eleanor Arroway é uma astrónoma que persiste em dedicar a sua vida na busca de sinais claros da existência de vida extraterrestre.
Após ver cancelado o financiamento da utilização do telescópio de Porto Rico, por ordem do conselheiro científico do presidente, David Drumlin , Eleanor procura fundos privados, o que consegue com o aval do multimilionário S.R. Hadden.
Depois de muito pesquisar o espaço, surge um sinal inequívoco de vida inteligente, proveniente da estrela de Vega, e posteriormente instruções para a construção de uma máquina que permitirá o contacto com os extraterrestres.

O governo americano, em colaboração com outras nações, decide escolher o candidato ideal para a missão. Após uma entrevista muito direccionada o candidato é escolhido, um crente em Deus.
Eleanor fica de fora e destinam-lhe no projecto um lugar menos importante.
Por força do destino, a primeira máquina construída é sabotada e destrói-se.
Uma segunda máquina construída por Hadden, põe Eleanor no “espaço”.

Carl Sagan desenvolveu o livro Contacto (1985) a partir de um conceito elaborado em conjunto com a sua mulher, Ann Druyan, que surge a seu lado como co-produtora do filme.
Sagan faleceu de doença prolongada durante a rodagem, o filme é-lhe dedicado.


A Realidade...



O Sinal WOW foi descoberto em Agosto de 1977, em Columbus, Ohio. O famoso “Wow Signal” foi encontrado durante uma longa pesquisa do céu conduzida pelo rádio-telescópio Big Ear da Universidade Estatal de Ohio.
A nomenclatura incomum do sinal Wow é devida tanto á surpresa da descoberta, como á sua extrema potência (60 Janskys num canal de 10 KHz, o que representa 50 vezes mais energia recebida do que um sinal que seria considerado extraordinário para o Projecto Phoenix dos dias de hoje).


Fontes: SETI Team Portugal
Mago da Lua

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O Processo


Já não sei de onde levo.
É da esquerda da direita, tudo cai.
Sinto-me um pugilista desfalecido, perto do ko.
Corri maratonas, desci abismos, surpreendem-me.
Sou apanhado pelo que não vejo.
Tocam-me e não os sinto, são seres, foda-se larguem.
Andam agora aqui a mexer, já mexiam antes.
No entanto corro ainda mais, estou nu.
Caraças devo estar a sonhar, o velho truque…vou acordar.

Mago da Lua

domingo, 2 de dezembro de 2007

Viagem pelo O2


Depois de ter lido no Luminescências sobre o lançamento do novo Oxygene de Jean Michel Jarre, comemorativo dos 30 anos da primeira versão deste trabalho (1976), lembrei-me de colocar um pouco de luz sobre como são obtidos os sons em Oxygene, bem como em outros trabalhos dentro do género.

Oxygene é uma referência na musica do final do Séc. XX.

Jarre direcionou-se numa abordagem ecológica na grande maioria dos seus trabalhos.
Oxygene 1-6, permitam-me, nasce numa altura do século em que a ciência começa a entender e a despertar para novos cuidados ecológicos - veja-se a capa de Michel Granger ele próprio um ecológico nato (o seu tabalho Terre é demonstrativo).
A Terra está morta!



Mais tarde em 1997, Oxygene 7-13 demonstra uma consciêncialização total do Homem na protecção do planeta, tendo-o como seu coração.


Mensagens á parte, o que pretendo é abordar a técnica, nomeadamente a instrumentação usada em ambas as gravações.

Jarre é um pioneiro no som sintetizado, como instrumentista.

A par de outros músicos do início da década de 70, utilizou a manipulação total de timbres para atingir sons diferentes dos á data conhecidos.

Lembro de ouvir o seu primeiro trabalho editado em LP - Oxygene - e atentar nos nomes de instrumentos, Synthesizers.
Claro que naquele tempo não era fácil chegarmos a uma perfeita visualização de tudo isto, tal era a diferença da música que com dificuldade se imaginaria o instrumento.


Com 14 anos, na altura, não estava propriamente a dar os primeiros passos nestes novos sons, tinha já a iniciação de Heaven and Hell e Albedo 0.39, de Vangelis, onde se fazia referência aos tais Synthesizers.

Mas Jarre decomponha-os :

A.R.P.Synthesizer, A.K.S. Synthesizer, V.C.S.3 Synthesizer, R.M.I.Harmonic Synthesizer e muito mais... uma ficha técnica brilhante para a altura.

A primeira vez que vi e pude tocar em sintetizador, mais ou menos por estas alturas e perceber um pouco da fisionomia e técnica destes equipamentos foi uma bela tarde inesquecivél no Custódio Cardoso Pereira no teclado de um Crumar.

Disto recordo que toda a gente que se encontrava dentro da loja, ficou colada ao cordão vermelho, que a separava da zona de exposição.
Fui convidado a voltar e demonstrar o aparelho....fiquei alguns dias sem dormir só de pensar.
Estava traçado o meu destino e objectivo na vida: Criar música electrónica!

Adiante...

Os sintetizadores de Jarre e todos os outros claro, têm uma base de trabalho comum: O Oscilador (e as formas de onda para o oscilador), o Filtro e o Amplificador, ( tudo isto dependendo do aparelho pode ser dito no plural).

Partindo de um timbre instrumental (nem sempre) poderemos traçar vários percursos para o som dentro do sintetizador, fazendo-o percorrer um conjunto de áreas electrónicas que modificam o som de base, até ele sair no sistema de pré-amplificação e ser audível.

O principal manipulador da onda do som (ainda em sinal eléctrico), está na área dos osciladores e muda a frequência do som.

O Oscilador ou gerador de ondas( tipo de onda eléctrica, serra, quadrada, sinosoidal..etc.) é o componente que, em princípio, gera um som único, contínuo, invariável, numa só altura, intensidade e timbre.
Quando accionado pelo teclado, o oscilador emite o instrumento de acordo com a altura da nota tocada no teclado.



Não querendo ser muito técnico, um dos fundamentais componentes de um sintetizador é ainda o Filtro.
Para moldarmos o timbre emitido pelo oscilador, vamos manipular um filtro de freqüências.
O som que sai do oscilador, qualquer que seja a forma de onda escolhida, costuma ser estridente, repleto de harmônicos.
Essas freqüências precisam de ser filtradas, até alcançarmos o timbre desejado.

O Filtro corta certas frequências do som e deixa passar outras.
O ponto de corte ou cutoff, que é a fronteira entre os sons que são cortados e os que permanecem, é móvel nos sintetizadores.

Isto permite que o músico defina, por exemplo, quais harmônicos de um som serão ouvidos.
O som do oscilador, quando passa pelo Filtro, é radicalmente alterado, pois muitos dos seus harmônicos estão a ser cortados.
O timbre muda fantásticamente ao movermos o controle do ponto de cutoff.
Não chateio mais com técnica.....haveria páginas e páginas a dizer...

A magia do som de Jarre está, a meu ver e isto é uma apreciação pessoal, nas colagens, método que também uso nas minhas composições.

Tentem aperceber-se por exemplo de dois sons próximos no tipo de timbre a deslocarem-se em R e em L ( esquerda e direita da audição) mas em que um deles a determinado momento é modificado pelo Filtro (altera-se...tipo rasgo), parece-nos que há uma abertura imensa na capacidade de destrinçar os sons ( eles quase não se distinguiam entre si, agora desdobram-se), é um efeito muito praticado por quem faz música electrónica.



A parte repetitiva das músicas de Jarre é feita por equipamentos designados de sequenciadores, hoje todos os sintetizadores incorporam em si esta área.
Trata-se de "desenhar" pelos vários compassos da música uma diversificação de notas que têm uma progressão variada ao longo da composição. ( Um bom exemplo é a passagem de Oxygene part I para a part II).
Por vezes o "andamento" de um sequênciador vai completar a linha melódica de outro, com sons diferentes - provocando uma "salada" de música.
Jarre não só utilizou muito bem a capacidade da mistura dos sons sintetizados e as suas mágicas colagens, bem como a capacidade na altura da mistura de audio. Foi em 8 pistas. Hoje em ambas as técnicas a possibilidade é infinita.

Oxygene 1-6 em si é um curso total de musica electrónica:


" Obrigada Mestre, tive gosto em te ouvir milhares de vezes, de cada vez descubro coisas novas !"

Está já na rua. Vou a correr comprar!!!



Entrevista a Jean Michel Jarre sobre Oxygene 2007



Mago da Lua

 
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