Não eram humanóides – Eram humanos, se nunca mais voltasse a expor-se ao sol, ficaria tão pálido como eles.
A presidente estava de mãos levantadas no tradicional (Vejam não tenho armas) , um gesto tão velho como a história.
- Suponho que não me percebem - disse ela -, mas sejam bem-vindos a Thalassa.
Os visitantes sorriram e o mais velho dos dois – um homem simpático de cabelos grisalhos perto dos setenta – levantou as mãos em resposta.
-Pelo contrário - respondeu ele numa das vozes mais profundas e maravilhosamente moduladas que Brant jamais ouvira – compreendemo-vos perfeitamente. Estamos felizes por vos encontrar.
O grupo de recepção ficou, por um instante, num silêncio de espanto.,(mas era idiotice) pensou Brant, (ficar assim surpreendido)
Afinal, não tinham a menor dificuldade em compreender o falar de homens que tinham vivido dois mil anos antes.
Quando o registo sonoro fora inventado congelara os fonemas básicos de todas as línguas.
Os vocabulários expandiram-se, a sintaxe e a gramática podiam modificar-se, mas a pronúncia manter-se-ia estável por milénios.
A presidente Waldron foi a primeira a recompor-se.
- Bem isso evita montes de problemas – disse ela, vacilante.
-Mas de onde vêm ?
Perdemos contacto com…os nosso vizinhos…desde que a nossa antena espacial foi destruída.
O velho olhou de relance para o companheiro mais alto e uma mensagem silenciosa perpassou entre eles. Virou-se de novo para a presidente.
Não havia engano possível quanto à tristeza que havia na sua voz quando fez a sua afirmação peremptória.
- Pode ser-vos difícil acreditar nisto – disse ele.
- Mas não somos de nenhumas das colónias. Viemos directamente da Terra.
"Com muito amor e amizade para a Ana e o Tó"
Em : Canções da Terra distante ( Arthur C. Clarke)
Mago da Lua
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