Com 16 anos, num barco de carga da marinha italiana, retorna a Veneza com a mãe, em plena guerra. Pratt quer estudar, mas fica dividido entre as belas artes ou arquitetura.
O avô materno decide para ele: a escola militar de Città Castello em Ombrie.
Pratt não se conforma e enfrenta o avô, alistando-se em setembro de 1943 no batalhão de Lupo(Grupo Independente do exército da República Fascista), de onde a avó materna o tira com uma tareia de guarda chuvas.
Pratt termina a guerra como intérprete, num uniforme britânico.
Depois viaja pelo Sul da França seguindo a trilha de Vincent Van Gogh.
Em novembro de 1949, Pratt parte para a Argentina com Mario Faustinelli para trabalhar na edição local do "Ás de Espadas" a pedido da April Publications.
Em 1952 volta a Veneza, mas fica pouco tempo. Casa com Gucky Wogerer com quem tem dois filhos.
De volta à Argentina, Pratt desenha a série "Jungleman" durante dois anos e cria várias tiras para "Misterix", "Frontera" e "Hora Cero", baseado nas histórias de Hector Oesterheld: "Sargento Kirk" (1953), uma tira do vaqueiro "Ernie Pike" (1957), baseado na vida real do correspondente de guerra Ernie Pyle; duas histórias de um armador de peles "Ticonderoga e Lobo Conrad" (1958).
Ainda em 1957 divorcia-se de Gucky Wogerer. Em 1959 sozinho produz "Cormorant Captain", "Wheeling" e "Ann y Dan", essa última é uma tira com tema africano baseada em "Tim Tyler's Luck publicada no Corriere dei Piccoli como "Anna della Jungla".
No início dos anos 60, colabora com a Fleetway Publications (Londres), o Daily Mirror e Sunday Pictorial produzindo uma série de histórias de guerra.
É momento de reflexão na vida de Pratt. Ele comenta: "... ao término de minha longa experiência na Argentina, eu tinha abandonado uma forma de viver cheia de raiva; agora era capaz de comparar, de pôr as coisas em perspectiva. O retorno à Europa corresponde ao fim de alguns sonhos e de algumas condutas joviais.
"A Argentina tinha feito um adulto de mim".
Pratt volta à Itália em 1962, acompanhado de Anne Frognier e acrescenta mais duas crianças à população de Veneza. Trabalha para o "Corriere Piccoli".
Produz adaptações de "Simbad o Marujo", "A Odisséia" e "Tesouro da Ilha".
Baseado numa história de Giancarlo Ottani, desenha "Kiwi, il figlio della Jungla"
(Tiki, o filho da Selva).
Em 1964, Pratt produz "L'Ombra" baseado na história de Alberto Ongaro.
Em julho de 1967, com a ajuda de Ivaldi Bertieri, lança uma revista mensal com velhos e novos desenhos seus, onde aparece pela primeira vez o personagem "Corto Maltese", na história "Una Ballata del Mare Salaro".
Nas aventuras de Corto Maltese, Pratt alcança a maestria no domínio da pena, num estilo de sombreamento equilibrado.
Depois viaja durante cinco anos.
Encontra a tumba do pai na Etiópia, viaja até ao Quénia, vai ao Brasil onde tem dois filhos: uma menina e um menino (com uma índia da tribo Chavantes).
Em janeiro de 1970, a revista "Sgt. Kirk" não vende bem e pára. Pratt fica sem trabalho e vai a Paris onde lança o personagem Corto Maltese outra vez e até 1973 publica cerca de vinte histórias.
A carreira de Pratt está próxima do reconhecimento internacional.
Apesar do divórcio com Anne Frognier, desenha, em fevereiro de 1973, a série "Os Escorpiões de deserto" na revista "Tintin", uma adaptação de histórias da 2ª Guerra Mundial , em Maio a Casterman publica suas histórias em álbum.
Em 1983, a Milano Libri publica o Corto Maltese mensal.
Em 1984 ganha o prêmio de BD do ano no Salão Internacional de Humor de Montreal.
No mesmo ano compra uma casa em Lausenne na Suíça onde vai morar.
No dia 20 de agosto de 1995, Hugo Pratt morre numa clínica de Pully em Lausanne e é enterrado no cemitério de Grandvaux.
Mago da Lua